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Telêmaco Borba - Breve Histórico

Seu território, inicialmente pertencente de forma livre dos índios caingangues e posteriormente pertencente a colônia espanhola, foi cenário do processo colonização.

Concedidas pela coroa espanhola a Luiz Roiz Vilares e Antonio Lopes Thomaz, que requereram a terra a colônia durante suas viagens solicitaram a coroa em nome do trabalho que haviam produzido localmente, que contavam com “500 cabeças de gado vacum e 50 de gado cavalar, tendo pago os dízimos a Deus”.

Porém nem eles e nem seus herdeiros vieram para essas terras ...

Nessa época, os conflitos entre o homem branco e índio tornavam o ambiente ainda mais hostil.

Os índios eram costumeiramente receptivos com hóspedes, quando cruzavam com um índio de outra tribo, respeitavam. Quando os recebiam, davam comida e bebida. Porém a sua gentileza não poderia ser confundida, possuía um forte amor pelas terras e por isso davam a vida para defende-la. Acreditavam num paraíso, o índio valente merecedor um dia viveria num lugar onde ele não precisaria caçar, a caça viria até eles, onde as dificuldades do dia a dia do homem indígena seriam simples e fáceis.

Defenderiam suas terras, seu alimento e sua casa a todo custo, como um bom homem valente faria.

Aqueles índios da região resistiram e não sucumbiram aos jesuítas, defendiam suas terras a todo custo, e se cruzassem o caminho com o homem branco, Matavam.

Isso não colocou medo num latifundiário, dono do maior latifúndio dos campos gerais, José Felix da Silva, era dono da fazenda fortaleza, a 50 quilômetros dessa terra.  José Felix é retratado como um homem mau, odiado inclusive por sua esposa, a qual tentou assassiná-lo, uma história que resultou em um do mais interessante romance regional do Paraná, “ O drama da Fazenda Fortaleza “ de Davi Carneiro.

Apesar de mau era um homem com a vida política ativa e assim como todos, possuía seus pares. Um dia seu amigo Brigido Alvares foi o visitar, e sem conseguir escapar dos índios, chegou a fazenda fortaleza apenas sua cabeça com um olho em cada flecha. O ato foi estopim para um dos maiores massacres indígenas da região, o episódio conhecido como “ A chacina do Tibagi ”, nem mulheres e nem crianças foram perdoadas, o local passou a se chamar mortandade. E os índios que restaram, sucumbiram ao poder de José Felix e o deixaram em paz, após esse episódio obteve a maior sesmaria da região com 65.000 alqueres de terra.

A terra foi também de Barão de Monte Carmelo, que veio morar na fazenda e constituiu residência. Seus herdeiros, em 1926, fundaram em sociedade a um homem francês que havia vindo a essas terras para empreender, fundaram a “ Companhia Agrícola e Florestal e Estrada-de-ferro Monte Alegre " um total de 1.200.000 ações, foram vendidas e os acionistas estavam esperançosos com o retorno que esses investimentos dariam. Os investimentos na companhia foram enormes, pagamentos de funcionários, expedições, viagens, foram tantos investimentos, que a companhia foi consumida, foi declarado falência e o Banco do Paraná arrematou as terras

Esses investimentos na Companhia Agrícola e Florestal e Estrada-de-ferro Monte Alegre deixaram para a região, uma estrada de 42 quilômetros para o município de Tibagi, uma balsa perto do salto peludo, no rio Tibagi, e diversos estudos produzidos sobre a capacidade dessas terras para diversos empreendimentos, um deles o potencial para a o estabelecimento de uma fábrica de papelão, celulose e papel.

Mais tarde esse estudo foi comprovado pela instalação das industrias Klabin, empresa que atua até hoje como a maior produtora de papel e celulose da América Latina.

Em 1934 na cidade de São Paulo é fundada as “ Industrias Klabin do Paraná" empresa fundada por uma família de empreendedores com experiência no ramo. Os nove acionistas Salomão Klabin, Hessel Klabin, Jacob Klabin Lafer, Wolf K. Klabin, Eva Cecilia Klabin, Ema Gordon Klabin, Mina Klabin e Abraão Jacob Lafer.

Mais tarde passou a ser chamada de “Indústrias Klabin do Paraná Papel e Celulose S/A “

Em 1940, Os Klabin aceitam um desafio proposto por Getúlio Vargas, tornar o pais autossuficiente em papel. Esse desafio deu início.

Os investimentos começaram, a estruturação da fábrica contou com a importação do maquinário, obras, a construção de uma usina hidrelétrica e todo este empreendimento fez com que muitas pessoas viessem até essas terras.

Em um certo momento, o vilarejo que já contava com alguns aglomerados habitacionais, esse loteamento chamou-se Mandaçaia e mais tarde foi batizado com o nome de Cidade.

Pela Lei Estadual n° 4.445, de 16 de outubro de 1961, foi oficialmente criado o Distrito Administrativo de Cidade Nova, no município de Tibagi. Em 5 de julho de 1963, através da Lei Estadual n° 4.738, sancionada pelo governador Ney Aminthas de Barros Braga, o distrito foi elevado à categoria de município emancipado com território desmembrado do município de Tibagi, porém com denominação definitivamente para Telêmaco Borba.

 

O Município de Telêmaco Borba constituí sua sede no dia 21 de Março de 1964, dia em que é comemorado o aniversário da cidade, foi elevado à categoria de município com a denominação de Telêmaco Borba pela Lei Estadual n.º 4.738, de 05-07-1963,  tendo como prefeito Péricles Pacheco da Silva.

O nome da cidade é em homenagem ao militar, político, escritor e empreendedor brasileiro Telêmaco Borba, que diversas expedições no paraná, inclusive nessa região, estudando e descrevendo a vida e a cultura dos índios locais.

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